Pedro acordou naquela noite perturbado. Não conseguia esquecer o sonho que tivera. Uma lembrança terrível lhe assombrava durante muito tempo. Levantou-se, bebeu um copo com água, olhou pela janela. A gélida negra noite o fazia lembrar aqueles momentos. Distraiu-se com o gato de sua vizinha andando pela rua pouco iluminada. Olhou seu relógio em cima da mesa de cabeceira, quase três horas da manhã. Dormira pouco, tinha ido à cama quase meia-noite. Semana passada acontecera o mesmo. Sentado ao lado do telefone, pensou em pegá-lo e ligar para alguém, precisava conversar. Pegou-o, discou os dois primeiros números, mas não sabia para quem ligaria, e se a pessoa estivesse dormindo? Andava pelo quarto pensativo, tinha que voltar a dormir, logo cedo teria que levantar-se para trabalhar. Voltou a deitar, fechou os olhos, mas logo os abriu, a lembrança voltara. Revirou-se na cama em busca de uma posição que o fizesse esquecer. Suas tentativas eram inúteis, aquela lembrança não saía d