Pedro não gostaria de começar o novo ano com o problema financeiro que a empresa vinha enfrentando. No dia vinte e seis, após bons momentos com Sônia e Nathan, o trabalho deveria ser feito e não poderia esperar mais, pois só teria uma semana para achar e executar um plano para salvar a empresa. Chegou um pouco atrasado naquele dia, Nathan, devido à quantidade de coisas feitas, acabou dormindo um pouco mais.
Logo que chegou, pediu-o para ir a sua sala, pois antes iria até a sala de Sônia para vê-la. Para sua surpresa, ela ainda não tinha chegado, ligou para Marta, esta também não sabia e ficou surpresa. Decidiu sentar e esperar, como já passava do horário de início de expediente, provavelmente chegaria a qualquer momento. Sônia era uma pessoa responsável que cumpria seus horários, raramente se atrasava, quando isso acontecia, normalmente era por conta de algum problema pessoal.
No dia anterior os dois, pela manhã e à tarde, saíram para passear. Foram em diversos lugares e aproveitaram o feriado para namorar e conhecerem, melhor, um ao outro. À noite Pedro saiu com Nathan, mostrando-o um pouco mais da cidade e ajudando-o com o português. Sônia ficou com um pouco de ciúmes, a amizade entre os dois era intensa e muito bonita, gostaria de ter passado o dia inteiro com ele, mas, após insistência, permitiu que seu namorado saísse com o amigo.
Sônia entrou apressada na sala, estava atrasada e tinha muito que fazer, quando viu Pedro assustou-se, ficou com medo achando que ele repreenderia. Pedro se levantou e beijou-a, ela se sentiu mais aliviada, mas com certo temor. Ficou imaginando por que ele estaria ali naquela hora. Colocou suas coisas em cima da mesa e virou-se.
- O que aconteceu?
- Além de ter acordado um pouco tarde, o trânsito da minha casa para cá estava infernal. Passei muito tempo só para percorrer um quilômetro. Estava estressante. Era buzina para todos os lados, pessoas gritando. Como se tudo isso fosse adiantar alguma coisa.
Continuou tentando imaginar o motivo de sua presença, mas Pedro não falava nada, apenas beijava-a. Quando conseguiu se soltar dos braços dele, sentou-se e perguntou:
- Aconteceu alguma coisa?
- Não. Por quê? Só estou com saudades e vim matá-la.
- Pensei que havia acontecido algum problema.
- Amo-te.
- Também te amo.
Pedro saiu e voltou para sua sala. Nathan estava sentado em um das cadeiras em frente à sua mesa, levantou-se quando viu-o. Pedro correu e sentou-se, com um gesto, pediu para que Nathan também se sentasse, precisavam conversar e discutir algumas ideias. Não sabia como o amigo poderia ajudar, mas só em discutir o assunto com outra pessoa já aliviaria muito a tensão.
- Nathan. Estou passando por um momento muito ruim aqui na empresa. Desde novembro para cá os lucros vem diminuindo, as vendas para o exterior estão quase a zero e há chance de demissão de alguns funcionários. Quando informei isso a eles, alguns ameaçaram sair, alguns que acham-se melhores que outros, e alguns são mesmo. Eles pretendem falar comigo, mas fico adiando esse encontro, prefiro achar uma solução antes e acalmá-los expondo esta solução.
Nathan ouvia cada palavra de seu amigo, para espanto, ficou com um sorriso no rosto. Pedro achou aquela atitude esquisita, começou a achar que ele não tinha compreendido o português, então pensou em falar em inglês, mas antes que dissesse qualquer coisa, Nathan falou:
- Acho que vim em boa hora.
- Como assim? Por quê?!
- Na minha mensagem informei que passei tempo sem mandar notícias por estar fazendo minha faculdade, mas eu me esqueci de avisar-lhe qual, ou quais, os cursos eu fazia. Passei tanto tempo estudando fazendo Direito e Economia. – disse ainda com um sorriso no rosto. – Acho que posso lhe ajudar.
Pedro agora compreendia o motivo daquele sorriso. Sentia-se mais aliviado, sua meta de solucionar aquele problema antes do ano novo talvez fosse possível. Sem esperar, Pedro levantou-se e abraçou seu amigo, sua felicidade era tremenda que não podia conter. Nathan, um pouco assustado, retribuiu o abraço.
- O primeiro conselho que eu dou é abaixar o preço dos produtos. Quando entrei pela primeira vez aqui e andei por toda fábrica, vi um estoque muito grande e não vejo vocês conseguirem vendê-lo. É melhor vender a preço de custo do que ter um grande prejuízo. Assim você conseguirá dinheiro para pagar as dívidas e os funcionários.
Teve um pouco de medo em relação aquela sugestão. Era uma ótima ideia, mas não teria lucro nenhum, mas conseguiria pagar os funcionários sem precisar demiti-los. Ficou um tempo analisando, pegou um pedaço de papel e fez várias contas, Nathan o ajudava expondo outras ideias. Após vários cálculos, achou uma solução, reduziria o preço dos produtos a quase preço de custo, o pouco a mais daria para ter um pequeno lucro e, possivelmente, daria para dar o aumento prometido aos funcionários.
- Muito obrigado Nathan! Se não fosse por você talvez não tivesse essa ideia devido ao momento de angustia. Realmente você chegou em boa hora.
Os dois permaneceram ali durante mais algumas horas discutindo outras soluções e outros investimentos. Provavelmente, com esse preço, o número de vendas aumentaria, a compra do terreno ao lado aumentaria o número de produção, apesar de que teria que contratar mais funcionários. Com Nathan ao seu lado conseguiria passar por todas as dificuldades financeiras, por isso, contratou-o para ser seu economista. O amigo iria precisar daquele dinheiro para sobreviver enquanto estivesse no Brasil.
Achada aquelas soluções, ligou para Marta e pediu-a para marcar com os funcionários insatisfeitos. Como havia pressa, da parte deles, em conversar com Pedro que marcaram logo para aquele mesmo dia, no turno da tarde. Pedro pediu que Nathan ficasse e presenciasse a reunião, auxiliando-o ao expor os planos e orientando-o para não falar nada que estivesse errado. A princípio, Nathan recusou o convite, mas após muita insistência, acabou cedendo. Os cinco funcionários chegaram à sala na hora marcada, timidamente sentaram-se após a indicação de Pedro. Nathan estava sentado no direito do amigo, os cinco ficaram constrangidos quando viram-no ali, não esperavam sua presença. Pensavam que, por estar em maioria, conseguiriam vencer Pedro no grito, mas ao ver Nathan, suas esperanças murcharam.
- Aqui estamos nós, vocês pediram esta reunião então peço que digam-me qual o objetivo dela.
Os cinco se entre olharam, procurando quem iria falar por eles.
- O senhor vai nos desculpar, mas nós não estamos satisfeitos com o que o senhor disse naquele dia, até nos ameaçou demitir.
- Compreendo a angustia de vocês, também fiquei bastante nervoso, mas em nenhum momento ameacei demiti-los…
- Ameaçou sim senhor. Foi logo dizendo que a empresa passava por um momento difícil e teria que demitir alguns funcionários.
- Veja bem, você está distorcendo minhas palavras. A empresa passa um momento difícil, isso é verdade, mas o que eu disse foi que se continuar do jeito que está, teria que demitir alguns funcionários, mas não era motivo para alarmar-se.
[...]
Logo que chegou, pediu-o para ir a sua sala, pois antes iria até a sala de Sônia para vê-la. Para sua surpresa, ela ainda não tinha chegado, ligou para Marta, esta também não sabia e ficou surpresa. Decidiu sentar e esperar, como já passava do horário de início de expediente, provavelmente chegaria a qualquer momento. Sônia era uma pessoa responsável que cumpria seus horários, raramente se atrasava, quando isso acontecia, normalmente era por conta de algum problema pessoal.
No dia anterior os dois, pela manhã e à tarde, saíram para passear. Foram em diversos lugares e aproveitaram o feriado para namorar e conhecerem, melhor, um ao outro. À noite Pedro saiu com Nathan, mostrando-o um pouco mais da cidade e ajudando-o com o português. Sônia ficou com um pouco de ciúmes, a amizade entre os dois era intensa e muito bonita, gostaria de ter passado o dia inteiro com ele, mas, após insistência, permitiu que seu namorado saísse com o amigo.
Sônia entrou apressada na sala, estava atrasada e tinha muito que fazer, quando viu Pedro assustou-se, ficou com medo achando que ele repreenderia. Pedro se levantou e beijou-a, ela se sentiu mais aliviada, mas com certo temor. Ficou imaginando por que ele estaria ali naquela hora. Colocou suas coisas em cima da mesa e virou-se.
- O que aconteceu?
- Além de ter acordado um pouco tarde, o trânsito da minha casa para cá estava infernal. Passei muito tempo só para percorrer um quilômetro. Estava estressante. Era buzina para todos os lados, pessoas gritando. Como se tudo isso fosse adiantar alguma coisa.
Continuou tentando imaginar o motivo de sua presença, mas Pedro não falava nada, apenas beijava-a. Quando conseguiu se soltar dos braços dele, sentou-se e perguntou:
- Aconteceu alguma coisa?
- Não. Por quê? Só estou com saudades e vim matá-la.
- Pensei que havia acontecido algum problema.
- Amo-te.
- Também te amo.
Pedro saiu e voltou para sua sala. Nathan estava sentado em um das cadeiras em frente à sua mesa, levantou-se quando viu-o. Pedro correu e sentou-se, com um gesto, pediu para que Nathan também se sentasse, precisavam conversar e discutir algumas ideias. Não sabia como o amigo poderia ajudar, mas só em discutir o assunto com outra pessoa já aliviaria muito a tensão.
- Nathan. Estou passando por um momento muito ruim aqui na empresa. Desde novembro para cá os lucros vem diminuindo, as vendas para o exterior estão quase a zero e há chance de demissão de alguns funcionários. Quando informei isso a eles, alguns ameaçaram sair, alguns que acham-se melhores que outros, e alguns são mesmo. Eles pretendem falar comigo, mas fico adiando esse encontro, prefiro achar uma solução antes e acalmá-los expondo esta solução.
Nathan ouvia cada palavra de seu amigo, para espanto, ficou com um sorriso no rosto. Pedro achou aquela atitude esquisita, começou a achar que ele não tinha compreendido o português, então pensou em falar em inglês, mas antes que dissesse qualquer coisa, Nathan falou:
- Acho que vim em boa hora.
- Como assim? Por quê?!
- Na minha mensagem informei que passei tempo sem mandar notícias por estar fazendo minha faculdade, mas eu me esqueci de avisar-lhe qual, ou quais, os cursos eu fazia. Passei tanto tempo estudando fazendo Direito e Economia. – disse ainda com um sorriso no rosto. – Acho que posso lhe ajudar.
Pedro agora compreendia o motivo daquele sorriso. Sentia-se mais aliviado, sua meta de solucionar aquele problema antes do ano novo talvez fosse possível. Sem esperar, Pedro levantou-se e abraçou seu amigo, sua felicidade era tremenda que não podia conter. Nathan, um pouco assustado, retribuiu o abraço.
- O primeiro conselho que eu dou é abaixar o preço dos produtos. Quando entrei pela primeira vez aqui e andei por toda fábrica, vi um estoque muito grande e não vejo vocês conseguirem vendê-lo. É melhor vender a preço de custo do que ter um grande prejuízo. Assim você conseguirá dinheiro para pagar as dívidas e os funcionários.
Teve um pouco de medo em relação aquela sugestão. Era uma ótima ideia, mas não teria lucro nenhum, mas conseguiria pagar os funcionários sem precisar demiti-los. Ficou um tempo analisando, pegou um pedaço de papel e fez várias contas, Nathan o ajudava expondo outras ideias. Após vários cálculos, achou uma solução, reduziria o preço dos produtos a quase preço de custo, o pouco a mais daria para ter um pequeno lucro e, possivelmente, daria para dar o aumento prometido aos funcionários.
- Muito obrigado Nathan! Se não fosse por você talvez não tivesse essa ideia devido ao momento de angustia. Realmente você chegou em boa hora.
Os dois permaneceram ali durante mais algumas horas discutindo outras soluções e outros investimentos. Provavelmente, com esse preço, o número de vendas aumentaria, a compra do terreno ao lado aumentaria o número de produção, apesar de que teria que contratar mais funcionários. Com Nathan ao seu lado conseguiria passar por todas as dificuldades financeiras, por isso, contratou-o para ser seu economista. O amigo iria precisar daquele dinheiro para sobreviver enquanto estivesse no Brasil.
Achada aquelas soluções, ligou para Marta e pediu-a para marcar com os funcionários insatisfeitos. Como havia pressa, da parte deles, em conversar com Pedro que marcaram logo para aquele mesmo dia, no turno da tarde. Pedro pediu que Nathan ficasse e presenciasse a reunião, auxiliando-o ao expor os planos e orientando-o para não falar nada que estivesse errado. A princípio, Nathan recusou o convite, mas após muita insistência, acabou cedendo. Os cinco funcionários chegaram à sala na hora marcada, timidamente sentaram-se após a indicação de Pedro. Nathan estava sentado no direito do amigo, os cinco ficaram constrangidos quando viram-no ali, não esperavam sua presença. Pensavam que, por estar em maioria, conseguiriam vencer Pedro no grito, mas ao ver Nathan, suas esperanças murcharam.
- Aqui estamos nós, vocês pediram esta reunião então peço que digam-me qual o objetivo dela.
Os cinco se entre olharam, procurando quem iria falar por eles.
- O senhor vai nos desculpar, mas nós não estamos satisfeitos com o que o senhor disse naquele dia, até nos ameaçou demitir.
- Compreendo a angustia de vocês, também fiquei bastante nervoso, mas em nenhum momento ameacei demiti-los…
- Ameaçou sim senhor. Foi logo dizendo que a empresa passava por um momento difícil e teria que demitir alguns funcionários.
- Veja bem, você está distorcendo minhas palavras. A empresa passa um momento difícil, isso é verdade, mas o que eu disse foi que se continuar do jeito que está, teria que demitir alguns funcionários, mas não era motivo para alarmar-se.
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