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Capítulo Quinze - A Separação | Parte 1

Pedro ficou muito satisfeito com os resultados daquela primeira semana da estratégia de salvamento da empresa. Os compradores tinham aceitado os novos preços e passaram a adquirir o dobro da quantidade que estavam acostumados a comprar. O dia primeiro, assim como o natal, não haveria expediente, todos estariam livres para passar as primeiras horas daquele novo ano junto com seus parentes e amigos.
O mundo estava em festa, muitas esperanças eram depositadas naquele novo ano e não era diferente para Pedro. Tinha muitos planos e pretendia realizá-los. Seu namoro com Sônia melhorava a cada dia, esperava, nesse novo ano, o relacionamento tornasse mais sólida para, possivelmente, sair um casamento. Quanto mais aprendia sobre sua amada, mas feliz ficava. Há muito tempo não se sentia tão feliz.
Nathan tinha melhorado muito o desempenho da empresa e graças a ele o lucro vinha subindo como nunca antes. A parceria tinha dado certo. Pensava em comprar uma casa para deixar seu amigo livre, mas Pedro não permitia, achava desnecessário ele gastar dinheiro tendo um lugar para viver. Só permitiria sua partida caso um dos dois se casasse, ou ele voltasse aos Estados Unidos.
A contagem regressiva para o ano novo não começou dos últimos cinco segundos, mas das últimas vinte e quatro horas. Apesar dos conflitos arrumados durante todo o ano, as pessoas pareciam esquecer nos primeiros segundos do ano novo. Amizades eram refeitas, alguns namoros acabados eram reatados e casamentos eram realizados. Ano novo era sinal de renovação, perdão.
Janeiro começou muito bem, a empresa conseguiu recuperar, pagou todas as dívidas, a compra dos terrenos vizinhos estava quase fechada, graças a Sônia conseguiu fechar negócio com os dois proprietários, até o fim daquele mês poderia adquirir os dois terrenos. O aumento prometido aos funcionários sairia em fevereiro e Pedro planejava dar um pouco mais para compensar o mês de janeiro.
Como Nathan estava ficando cada vez mais independente, os encontros entre Pedro e Sônia tornavam-se mais frequentes. Juntos descobriam lugares novos e até, durante um fim de semana, viajaram juntos para a Argentina, onde desfrutaram de momentos marcantes. Pedro estava apaixonado e via que sua amada também estava. Vivia dias de glória e não queria que aqueles dias chegassem ao fim.
Fevereiro foi ainda melhor. O relacionamento tornara-se mais maduro, na empresa todos os funcionários da empresa sabiam da relação entre os dois, algumas mulheres ficaram enciumadas, até espalharam a notícia de que ela fazia aquilo para conseguir um salário melhor, deixando-a aborrecida. Pedro a aconselhava esquecer os comentários, esse tipo de gente sempre fez parte da empresa, ela teria que acostumar-se.
Assim o tempo ia passando e os dois ficando mais envolvidos. Quando estavam com um pouco mais de cinco meses, quase seis, Pedro achou que estava no tempo certo para pedi-la em casamento. Planejava comemorar o sexto mês dando uma festa de noivado, mas antes precisaria da opinião de seus dois amigos e saber o que os dois achavam do pedido naquele momento. O primeiro a conversar foi Nathan, seria mais fácil, já que os dois moram juntos.
- Nathan. Planejo, no aniversário de seis meses de namoro, pedir Sônia em casamento. O que você acha?
Nathan demorou um pouco para responder, estava pensativo e também mastigava, Pedro aproveitou a hora do jantar para conversar com seu amigo. Procurou a opinião dos amigos, pois os dois eram muito importantes em sua vida e não gostaria de perder essa amizade por causa de uma escolha errada.
- Fico muito feliz por você, apesar de achar que isso cabe a você, agradeço por você pedir minha opinião. Quando cheguei vocês tinham acabado de começar, vi todo o desenrolar desta história e percebi a paixão entre vocês. Acho a hora boa em relação ao relacionamento, mas em questão do tempo, acho muito cedo. Vejo o amor entre os dois, mas não acho o namoro tão maduro para partir para um casamento.
Pedro refletiu muito na resposta e agradeceu. Nathan tinha razão em relação ao tempo, era pouco, viu muitos casamentos darem errado devido ao pouco tempo de convivência como casal. Os casos raros que tinham durando a vida todas foram de pessoas que viviam em uma época diferente, onde não se tinha muito escolha e as mulheres tinham que casar com quem o pai escolhesse. No outro dia procurou Marta, assim que chegou à empresa, pediu-a para vir até sua sala. Aquela decisão teria que ser tomada o mais rápido possível, o dia planejado estava se aproximando.
- Marta. Planejo, no aniversário de seis meses de namoro, pedir Sônia em casamento. O que você acha?
- Acho essa notícia sensacional. Esperei por esse momento desde quando conheci-o. Sônia é uma pessoa incrível, inteligente, pensa em crescer na vida, estudiosa e você se interessou por ela desde o momento em que viu-a. Você tem meu apoio, mas acho que deveria pensar um pouco mais se está no tempo certo, são seis meses de namoro, casei com cinco anos.
Ambos os amigos apoiavam-no, mas igualmente achavam que o tempo era curto para assumir um compromisso tão sério e sagrado. Passou aquela noite pensando no que deveria fazer, quase não conseguiu dormir, mas chegou a uma conclusão, iria pedir Sônia em casamento. Teriam uma boa vida, mas teriam que comprar uma casa maior para compor os dois, seus filhos e Nathan. Pedro não queria muito deixá-lo, gostava muito dele e sentia-se constrangido em “abandoná-lo”.
Agora precisava planejar o dia perfeito, para isso, mais uma vez, precisaria da ajuda dos amigos. O dia tinha que ser inesquecível e não haver possibilidade de Sônia recusar o pedido. Fechou com um restaurante, contratou um decorador para enfeitar o lugar, tudo isso em segredo para Sônia nem desconfiar. Tudo corria bem.
Chegado o grande dia, Pedro ficara muito nervoso. Seus amigos tentavam acalmá-lo lembrando que aquele dia seria marcante em sua vida e um nervosismo não poderia estragá-lo. Combinou com Sônia de saírem para passear, informado-a que iriam comemorar aquela data com um simples jantar no restaurante preferido dela. Marcaram para Pedro pegá-la às vinte horas e trinta minutos, preferiam ir as suas casas, arrumarem-se e ficarem mais adequados.
[...]

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