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Capítulo Dezenove - O Segredo | Parte 2

[...]
Pedro agradeceu sem nem saber direito do que ele falava. Roberta voltou, pedindo licença, pegou Pedro levando ao quarto. Depois que ele adormeceu, foi, com Samuel, ao quarto e ali passaram a noite. Pedro acordou algumas vezes ouvindo barulhos vindos do quarto de sua mãe. Assim começou o relacionamento entre os dois. Passado alguns meses, os dois já estavam se casando. Na lua de mel levaram Pedro junto. Samuel tentava se aproximar do seu afilhado para agradar sua amada.
Tudo ia muito bem. O casamento estava perfeito, Pedro começava a gostar de seu padrasto. Até que uma noite Roberta teria que sair, iria a uma festa só para mulheres. Pedro ficou em casa sob o cuidado de Samuel. Ficando sozinho no quarto, não conseguia dormir, estava com insônia. Levantou-se e foi até a cozinha, passou pelo quarto de sua mãe, viu que a porta estava aberta e Samuel deitado na cama assistindo. Quando estava voltando para seu quarto, ouviu o padrasto chamar. Sendo um garoto obediente, atendeu ao chamado.
- O que está acontecendo?
- Não consigo dormir.
- Tudo bem. Venha aqui, deite comigo.
Pedro obedeceu, talvez assistindo conseguisse dormir. Subindo na cama, deitou ao lado do padrasto, este pediu para ele deitar perto. Puxou, carinhosamente, Pedro para perto, deitando-o em seus peitos. Samuel estava com uma camiseta e bermuda. Deitando sua cabeça, Pedro começou a cochilar, mas o filme passando na televisão chamou-lhe a atenção.
- Está calor aqui. Você não está? Vou tirar essa roupa.
Samuel se levantou e tirou a roupa ficando pelado, voltou a deitar colocando Pedro, mais uma vez, com a cabeça sobre seus peitos. Pedro ficou com vergonha de estar ali, estava deitado sobre o corpo de um homem nu.
- Por que você não se deita sobre minhas pernas para ficar mais perto da televisão.
- Aqui está bom.
Aos poucos Pedro foi dormindo, não conseguiu assistir o filme até o fim. Estava bastante confortável e dormia tranquilamente. Sentiu uma mão passar por todo seu corpo, por dentro de sua roupa, acariciando suas partes íntimas. Abriu os olhos assustado e viu que aquela mão pertencia a Samuel. Percebeu também que não estava mais na cama, estava no colo de seu padrasto, que continuava nu. Samuel, mesmo percebendo que Pedro acordara, não parou com as carícias.
- O que você está fazendo?
- Calma! Feche os olhos. Se você se comportar, vou comprar um presente e sorvete para você. Você gota de sorvete?
- Mamãe chegou?
- Ainda não. Está com medo? Você está seguro comigo, abrace-me.
- Eu quero ir ao meu quarto.
- Por quê? Não está gostando de ficar comigo?
- Eu quero ir ao meu quarto!
Samuel pôs a mão na boca de Pedro para ele não gritar, Pedro estava começando a ficar eufórico. Tentou se levantar, mas Samuel não permitiu. Levantou com Pedro em seus braços, jogou-o na cama, Pedro tentou correr, mas ele o segurou pelas roupas, assim rasgou-as. Pedro pegou o lençol para cobrir-se, seu padrasto tirou tudo de cima da cama. Agarrando-o fortemente, deu-se início ao abuso. Pedro gritava, mas seus gritos eram em vão. Ninguém lhe ouvia. Lágrimas corriam em seu rosto. Aquilo doía por dentro e por fora. Quando Samuel terminou tudo, pegou-o, ele havia desmaiado, e colocou-o na cama.
No outro dia, antes mesmo que pudesse contar aquilo a sua mãe, Samuel veio até seu quarto e ameaçou-o. Dizendo que iria matá-lo se ele contasse aquilo a qualquer pessoa. Aqueles abusos continuaram durante muitos anos, Samuel sempre incentivava Roberta a sair com amigas para poder ficar livre para abusar de seu afilhado. Pedro chorava muito toda vez que era obrigado a fazer coisas terríveis, algumas vezes não aguentava tudo o que Samuel fazia que desmaiava.
Quando estava com quinze anos, após sofrer um abuso, decidiu contar tudo a sua mãe. Esperou ansioso sua chegada. Ouvindo seus passos na porta, correu para contar. Tendo a certeza de que Samuel estivesse dormindo, pediu para conversar. Quando contou tudo, sua mãe riu.
- Deixe de brincadeira meu filho. Eu sei que você não gosta muito do seu padrasto, mas não precisa ficar mentido para separar-nos.
No outro dia Samuel veio até seu quarto e espancou-o. Por estar com um pano na boca, seus gritos não foram ouvidos.
- Quem mandou você contar a sua mãe?!
Mas aquela foi a última vez que Samuel abusara. Toda vez que tentava, Pedro pegava uma faca, ameaçava matá-lo ou chamar a polícia. No ano seguinte, Pedro conseguiu ir aos Estados Unidos e fugir para sempre daquele monstro que durante tanto tempo arruinara sua vida. Depois de sua partida, evitava entrar em contato com ele, algumas vezes ligava para sua mãe, tentando convencê-la, mas tudo em vão. Aos poucos foi deixando de falar com os dois, mesmo quando voltou.

- Pedro! Por isso você era tão calado na escola!
- Quando você chegou aos Estados Unidos, parecia estar correndo de alguém.
Terminado de contar toda a história, Pedro tinha lágrimas nos olhos. Ana se emocionou ainda mais, Nathan ficou abalado. Tivera uma infância dura, aquilo tudo poderia levá-lo a suicídio, agora passaram a admirar mais seu amigo. Os dois se levantaram e deram um abraço, mostrando que estariam do seu lado.
- Por isso odeio esse homem, sempre quis matá-lo. Agora ele está morrendo, o dia mais aguardado na minha vida finalmente chegou, mas agora me sinto estranho. Não sei o que fazer.

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